A tão aguardada 23º Mostra Retrospectiva/Expectativa chega ao Cinema da Fundação a partir desta quinta-feira (10). A tradicional seleção de filmes reúne aqueles que foram sucessos de público ao longo do ano, lançamentos previstos para 2021, além da exibição de clássicos.

De 10 a 20 de dezembro, as salas do Derby e Museu receberão 23 longas-metragens e 13 curtas. Um dos destaques deste ano é a Mostra Krzysztof Kieślowski, que traz dez obras do diretor polonês, um dos mais renomados na história do cinema.

Além do especial do cineasta, o Cinema da Fundação exibe a Sessão FestCurtas Fundaj, reunindo os cinco curtas premiados no festival, que aconteceu online em julho deste ano. Serão eles A Barca, de Nilton Resende (Melhor Filme), Mãtãnãg, A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (Melhor Animação), Nadir, de Fábio Rogério (Melhor Documentário), Marie, de Leo Tabosa (Prêmio Cinemateca Pernambucana).

A programação também contempla o projeto Alumiar, destinado a pessoas com deficiências sensoriais. Para isso, a curadoria do equipamento criou o Curta Alumiar, com oito filmes pernambucanos acessibilizados em Libras e LSE para surdos ou ensurdecidos e Audiodescrição para cegos e pessoas com baixa visão.

A Sessão Cinemateca é outra presente na programação. Será exibido o documentário Beco, penúltimo filme de Camilo Cavalcante, que teve exibição interrompida no Cinema da Fundação antes da quarentena.

“Apesar de um ano atípico, decidimos realizar nossa Mostra Retrospectiva/Expectativa já tão querida e esperada pelo público do Cinema da Fundação. Ressaltamos que todos os protocolos de segurança contra a Covid-19 estão sendo respeitados nas salas no Museu e Derby. A mostra tem um período mais curto e apenas três sessões por dia. O importante é oferecer uma programação de qualidade mas focando, principalmente, na segurança do nosso público fiel”, explica Ana Farache, gestora do Cinema da Fundação e da Cinemateca Pernambucana.

Retrospectiva – Com um calendário apertado neste ano devido a pandemia, a lista de filmes da retrospectiva foi reduzida, mas manteve a qualidade na seleção. Foram três escolhidos: Fim de Festa, do pernambucano Hilton Lacerda, O Farol, de Robert Eggers, além de Martin Eden, drama histórico do italiano Pietro Marcello.

Expectativa – Para a expectativa, a Mostra adianta exibições tanto de filmes brasileiros quanto estrangeiros, além de alguns especiais.

Os lançamentos brasileiros são Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda, estrelado por Antônio Pitanga; Curral, do pernambucano Marcelo Brennand, ambientado em Gravatá; Sertânia, do histórico cineasta baiano Geraldo Sarno; Pacarrete, do cearense Allan Deberton; o selecionado para disputar o Oscar pelo Brasil, Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, de Bárbara Paz; e o aguardado King Kong en Asunción, de Camilo Cavalcante, grande vencedor do Festival de Gramado deste ano.

Já os lançamentos internacionais são o documentário Alice Guy-Blaché: a História não contada da primeira cineasta, de Pamela B. Green; Mank, de David Fincher, filme que conta a história tumultuosa de Herman J. Mankiewicz, roteirista por trás de Cidadão Kane; o chinês Viver para Cantar, de Johnny Ma; e Apocalypse Now – Final Cut, obra icônica de Francis Ford Coppola, agora restaurada e com cenas extras numa duração de três horas.

Mostra Krzysztof Kieslowski – O homenageado desta edição é o polonês Krzysztof Kieslowski, que recentemente teve vários dos seus filmes restaurados e distribuídos no Brasil. O Cinema da Fundação exibirá dez deles.

Entre os clássicos, está a célebre Trilogia das Cores, reflexo do período prolífico que o cineasta filmou na França. De lá, surgiram obras-primas como A Liberdade é Azul, estrelado por Juliette Binoche, A Igualdade é Branca, e o mais famoso da série, A Fraternidade é Vermelha.

Também estão presentes na mostra dois conhecidos filmes do diretor da sua coleção O Decálogo, onde filmou peças audiovisuais inspiradas nos dez mandamentos. Duas delas se tornaram longas: Não Amarás e Não Matarás.

A sua fase inicial filmando na Polônia é outro destaque da mostra. Serão exibidos quatro filmes do período: Amador, um retrato quase autobiográfico do cineasta, Sem Fim, Sorte Cega e A Cicatriz. A Dupla Vida de Véronique é outro clássico de Kieslowski que faz parte da programação.

Realizada de forma presencial no Cinema da Fundação, a 23º Mostra Retrospectiva/Expectativa foi adaptada para o período de cuidados durante a pandemia. Nossas salas continuam seguindo os protocolos de segurança traçados desde a reabertura, como limite de 30% de ocupação, uso obrigatório de máscara, intervalos de no mínimo 1h entre as sessões e higienização constante do ambiente.