
Mães e filhos vão ao cinema pela primeira vez em sessão especial no Cinema do Museu
A experiência de assistir a um filme na tela dos cinemas pode ser uma realidade muito distante para pessoas que precisam colocar os momentos de lazer em último plano, diante das dificuldades do dia a dia.
A dona de casa Marina José, de 74 anos, queria ter condições de proporcionar essa vivência aos seus seis netos. Neste sábado (21), teve a oportunidade de trazer a neta Julia, de anos, para assistir a animação Valente, na Sessão Especial Mães e Filhos, do Cinema da Fundação/Museu, em Casa Forte. “Estou muito feliz por ela poder vir aqui para conhecer o cinema. É muito importante ter esse contato com a cultura, queria ter condições de poder trazer meus netos, de dar essa diversão, mas são muitas dificuldades”, disse Marina.
A dona de casa Eliany Andrade, de 24 anos, e a filha Talita Vitória, também nunca estiveram em uma sala de cinema. “No nosso dia a dia, nós temos outras prioridades, mas sempre fiquei imaginando como seria assistir um filme no cinema. Se era mesmo tão bom quanto as pessoas falavam”, disse. As duas moram no Passarinho e fazem parte do Grupo Espaço Mulher, que junto com a Organização Auxílio Fraterno, dos Coelhos, participou da ação organizada pela Fundação Joaquim Nabuco.
A operadora de telemarketing Ana Carolina, trouxe o sobrinho Heitor Felipe, de 7 anos, que também nunca tinha ido ao cinema. “Foi uma experiência maravilhosa e muito marcante, principalmente para ele que nunca tinha visto um filme no cinema“, comentou. “Eu estou muito feliz e gostei muito do filme”, disse Heitor.
A experiência também contou com uma visita ao Museu do Homem do Nordeste. Muitas delas nunca tinham estado em um museu antes, mas destacaram a importância de conhecer mais sobre a cultura nordestina e suas raízes.
Democratização do acesso
Em comemoração ao mês das mães, o Cinema da Fundação tem dado continuidade ao seu plano de democratização do acesso à cultura para pessoas em vulnerabilidade social. “Em primeiro lugar, é fundamental a gente exercer o papel de democratizar o acesso ao cinema. E viabilizar isso vai muito além de ter uma sessão gratuita. Temos que ter uma conexão com essas pessoas, proporcionar o transporte ao cinema, porque muitas vezes elas não conseguem se organizar por conta própria. O que acho fundamental é criar um ambiente acolhedor e que sintam vontade de voltar a esse espaço” , explica o chefe da Divisão de Acessibilidade do Cinema e da Cinemateca Pernambucana da Fundaj, Túlio Rodrigues.