Cinema da Fundação recebe, de 24 a 28 de agosto, a 7ª edição do Festival VerOuvindo, que promove o cinema brasisileiro com acessibilidade. A programação, que ocorre nas salas do Derby e do Museu,  conta com exibição de filmes de curta e de longa metragens com tradução em Libras (língua brasileira de sinais), audiodescrição e legendas para surdos e ensurdecidos.

Os filmes escolhidos para esta edição do VerOuvindo celebram os 50 anos do cinema de animação em Pernambuco. Para a abertura da programação, nesta quarta-feira (24), foram escolhidos dois filmes considerados marcos no gênero.

O primeiro é o  “Vendo/Ouvindo” (5 min, animação, livre, 1972), de Lula Gonzaga e Fernando Spencer, primeiro curta de animação produzido no estado, e a estreia de “Além da Lenda” (1h26min, animação, livre, 2022), de Marcos França e Marília Mafé, sendo o primeiro longa animado realizado em Pernambuco.

As sessões serão realizadas no Cinema da Fundação Derby e contam com a presença do cineasta Lula Gonzaga, e do responsável pela digitalização do filme em Los Angeles, Ivan Cordeiro.

Neste ano, o festival presta uma homenagem  a linguista, professora e pesquisadora Vera Lúcia Santiago, que atua na legendagem para surdos e audiodescrição; e a tradutora e intérprete de Libras Angela Russo, integrante do Grupo de Teatro Signatores – Teatro com Surdos e é sócia da empresa Para Todos Acessibilidade.

Elas vão ministrar uma palestra na abertura da Jornada VerOuvindo, às 19h, na Sala Calouste Gulbenkian, localizada Fundação Joaquim Nabuco, no campus de Casa Forte.

Seguindo a programação, na quinta-feira (25), às 9h, o Cinema do Derby exibe a Mostra Competitiva de Libras. Já no Cinema do Museu, às 14h, será a vez da Mostra Competitiva de Audiodescrição. Serão exibidas produções da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

Os filmes concorrem ao Troféu VerOuvindo e prêmios em dinheiro (R$1.000,00 cada categoria). A premiação é direcionada a melhor audiodescrição e a melhor tradução em Libras nas categorias ficção, documentário, animação e júri popular.

Na sexta-feira, às 9h, na Sala João Cardoso Ayres, da Fundação Joaquim Nabuco, localizada no campus do Derby, será realizado um painel de comunicação. Entre os temas que serão abordados, estão “Acessibilidade aos meios audiovisuais: ensino, pesquisa e extensão para sua exploração criativa em codesign com usuários”, e “Reflexão sobre notas introdutórias em audiodescrição”.

Curtas, Masterclass e Sessão Memórias

A programação do Festival VerOuvindo, neste sábado (27), ocorre às 15h, no Cinema do Museu, com exibição de Curtas Pernambucanos. Os escolhidos são: Pega-se Facção (2020), A Saga da Asa Branca (1979); e Da Boca da Noite à Barra do Dia (2021);

Às 16h30, na Sala Calouste Gulbenkian, em Casa Forte, haverá uma MasterClass, com Alessandro Vasconcelos, sobre “O processo de tradução audiovisual da Língua de Sinais (TALS) com o uso de técnicas: Glosinais (ou método de espelhamento e reinterpretação da Língua de Sinais)”; e com Flávia Mayer que vai trazer o tema “Audiodescrevendo cores – estigma e criatividade”

Todos os anos o festival realiza a Sessão Memória trazendo filmes históricos com acessibilidade comunicacional. Este ano, será exibido “A Filha do Advogado”(Jota Soares, 90 min, ficção, livre, 1926), um dos primeiros filmes de ficção do histórico Ciclo do Recife.

O longa ganha audiodescrição e tradução em Libras proporcionando acessibilidade para pessoas com deficiência visual ou auditiva. Ele será exibido no Cinema do Museu, às 18h30.

No último dia do  7º Festival VerOuvindo, neste domingo (28), a mesa dos júris das mostras competitivas vão se reunir às 10h, no Cinema do Museu, e às 11h, ocorrerá a cerimônia de premiação dos filmes selecionados.

“A gente fica contente que a cada ano, o VerOuvindo ganha reconhecimento dos profissionais do audiovisual e da acessibilidade, dos que fazem as políticas públicas e principalmente do público pernambucano e dos que vêm de outros estados para prestigiar o evento. Além de ter ampliado o alcance por meio das transmissões online”, afirma Liliana Tavares, coordenadora do festival.