Sessão especial do Cinema da Fundação traz à tona a importância da acessibilidade em equipamentos culturais

19 de junho de 2023

As mais de 100 sessões acessíveis realizadas pelo Cinema da Fundação, foram celebradas, neste domingo (18), com uma programação especial exibida na Sala Museu, em Casa Forte. O público pôde assistir curtas pernambucanos de animação, com recursos de acessibilidade comunicacional: Audiodescrição (AD), Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). A sala de cinema também foi adaptada, oferecendo uma maior iluminação e som reduzido, para pessoas neurodiversas. O Cinema da Fundação é um equipamento cultural da Fundação Joaquim Nabuco vinculado à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca).

“Estamos numa atividade festiva na Fundaj. São 100 sessões acessíveis, a atividade cultura está chegando mais perto dos grupos sociais. Estamos trazendo filmes com acessibilidade. Não é algo trivial. E algo importante, uma demonstração de que aqui se respeita o direito de cada pessoa ser como é”, ressaltou a presidenta da Fundaj, a professora doutora Márcia Angela Aguiar, que fez a abertura da atividade. A presidenta acrescentou que este é um legado que se deixa em termos do trabalho da Fundação para a população de Pernambuco. “Espero que possamos expandir essa forma de tratar os jovens, por meio da arte da cultura. E levarmos essa proposta a todos os Estados do Nordeste e do Norte. Essas sessões dão possibilidade a pessoas com deficiência para que elas também possam usufruir do direito de acesso aos bens culturais”, afirmou.

Foram escolhidos os curtas: “Salu e o Cavalo Marinho”, de Cecília da Fonte; “A Árvore do Dinheiro”, de Marcos Buccini e Diego Credidio; “Vivências”, de Everton Amorim; “A Saga da Asa Branca”, de Lula Gonzaga; “Bia Desenha”, de Kalor Pacheco e Neco Tabosa; e “Mundo Bita”, da Mr. Plot Produções. O educador Túlio Rodrigues do Cinema da Fundação, especialista em acessibilidade, destacou a programação escolhida.

“A ideia da sessão foi promover esse passeio pela produção de cinema, temos filmes da década de 70 e filmes recentes, feitos em 2022. É interessante juntar a sessão Alumiar, com acessibilidade comunicacional, e a Índigo na qual a sala está adaptada para receber pessoas neurodiversas. Assim, conseguimos criar um espaço mais favorável para que diversos públicos se sintam mais acolhidos”, comentou.

As poltronas do Cinema foram tomadas por crianças acompanhadas de seus familiares, além de um grupo super divertido do Lar Tia Socorro, que atende crianças em situação de vulnerabilidade em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Valéria Bizerril, que atua no Lar Tia Socorro, explicou a atuação da instituição e reforçou a importância do equipamento cultural a serviço da população. “Foi a primeira vez de várias das crianças no Cinema, é uma experiência muito rica, em um lugar tão acolhedor. Será uma lembrança que ficará para sempre na vida dessas crianças”, afirmou.

Alguns dos presentes na sessão especial nunca tinham visto filme com acessibilidade e aprovaram a proposta. “Achei diferente, mas é bom que todas as pessoas possam desfrutar dos filmes”, disse Júlia Marques, que trouxe a filha, Lara, de 2 anos. “Muito legal essa forma de ver filme, quem não está acostumado fica com receio de ser muito diferente, mas fica bem tranquilo para assistir. Assim, todo mundo tem a chance de assistir.  Gostei da experiência”, disse Antônio Augusto Neto, que estava acompanhado dos filhos e da esposa.

Acessibilidade 

Cinema da Fundação possui os projetos Alumiar, Índigo e Escola, que promovem sessões com acessibilidade tanto nas salas do próprio Cinema quanto em outros espaços de cultura e de ensino. Os projetos recebem pessoas com deficiência, cegas, surdas, neurodivergentes, com autismo, com TDAH, com deficiência intelectual, com síndrome de Down, entre outras. São diversos grupos envolvidos, como escolas, associações, fundações de cultura e de educação, instituições de ensino, universidades, grupos de pesquisa, ongs, centros culturais, casas de acolhimento e prefeituras.

Mais de 5,5 mil pessoas já participaram das sessões acessíveis do Cinema da Fundação. O Cinema da Fundação é adaptado para receber pessoas com deficiências físicas, dispondo de espaços reservados para mobilidade reduzida, cadeirantes e obesos. Além disso, para facilitar o reconhecimento dos espaços das salas do Derby e do Museu, foram construídas duas maquetes táteis que representam, em detalhes, o conjunto de ambientes mobiliados que compõem os cinemas, como a tela de projeção e palco, sala de exibição, poltronas, cabine de projeção, áreas de circulação e entrada.

Sessões

A Sessão Alumiar oferece sessões acessíveis para pessoas com deficiências sensoriais, com três modalidades de acessibilidade comunicacional: Audiodescrição (AD) para pessoas cegas ou com baixa visão; Língua Brasileira de Sinais (Libras) para pessoas surdas, e Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE). A Sessão Índigo oferece filmes para crianças, jovens e adultos com necessidades específicas, tais como síndrome de Down, transtorno do espectro autista, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, entre outros, e, e seus familiares. A sala de cinema fica mais iluminada e o volume do som é reduzido.

Sessão especial do Cinema da Fundação traz à tona a importância da acessibilidade em equipamentos culturais