Cinema da Fundação recebe 8ª edição do Festival VerOuvindo
O Cinema da Fundação recebe, entre 26 de novembro e 2 de dezembro, o Festival VerOuvindo, que chega à sua 8ª edição, celebrando o cinema de rua e promovendo uma experiência inclusiva no audiovisual brasileiro. As exibições acontecem na Sala Museu, no Campus Gilberto Freyre da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Casa Forte, e no Cinema da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
A programação apresenta uma seleção de filmes de curta e de longa-metragem, todos apresentados com recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência: audiodescrição (AD), Tradução Audiovisual em Língua de Sinais (Tals) e Legendas para Surdos e Ensurdecidos (LSE).
Os filmes contarão com acessibilidades aparentes, ou seja, sem a mediação de aplicativos, e sempre em sessões bilíngues (português e Libras). Na programação, o público verá curtas pernambucanos, como Dorme Pretinho, de Lia Letícia; Ciranda Feiticeira, de Thiago Delácio, e Recife de dentro para fora, de Kátia Mesel, frutos do Prêmio Serviço VerOuvindo de Acessibilidade.
“O VerOuvindo, com o seu pioneirismo, é um grande mérito que o Estado de Pernambuco possui no campo da acessibilidade para o audiovisual. O caráter profissional e formativo que a produção do festival impõe ao evento faz dele algo marcante no calendário anual da política cultural inclusiva. A Fundação Joaquim Nabuco sempre foi uma parceira do VerOuvindo até por postura que assume diante da sociedade coadunar com a filosofia do festival”, destacou o coordenador do Cinema da Fundação, Luiz Joaquim.
Parte do Festival, a Sessão Memória tem como foco a defesa da importância do cinema de rua. Por isso, o sábado, dia 2 de dezembro, será dedicado ao tema. Pela manhã, haverá a exibição do filme Censura livre, de Ivan Cordeiro. Um dos clássicos do movimento Super-8 pernambucano, o média-metragem mostra a transformação de muitos dos cinemas de rua do Recife. Logo em seguida, haverá a aula: “Das telas às ruas: o Recife Cinematográfico”, a cargo da curadora do VerOuvindo, professora de Cinema da UFPE, Amanda Mansur.
Em seguida, haverá ainda a exibição do curta “Quem me quer”, de Tiago Pinheiro, documentário sobre o Cinema São Luiz. No turno da tarde, o festival promove uma excursão pelos antigos cinemas do Centro do Recife. Essa ação, comandada pelo Coletivo #CineRuaPE, é intitulada de “Passeio Fantasma” em alusão ao mapa afetivo que o cineasta Kleber Mendonça Filho apresenta em seu último filme, Retratos Fantasmas. A obra, inclusive, será exibida com as acessibilidades abertas para todos os públicos, à noite, no encerramento do Festival.
Mostras
Um dos momentos mais esperados do VerOuvindo é o das mostras competitivas que reúne profissionais da acessibilidade atuantes em vários estados brasileiros, experientes e iniciantes, para concorrer aos prêmios de Melhor Audiodescrição e de Melhor Tals, nas categorias: ficção, documentário e animação. O público também poderá votar, com cédulas em braille, em tinta e em fonte ampliada, para eleger a Melhor Audiodescrição e a Melhor Tals pelo Júri Popular.
Para o público infanto-juvenil, haverá a exibição do filme Pedrinho e a chuteira da sorte (44 min, animação, livre, 2018), animação da Viu Filmes, que conta a história e um menino, apaixonado por futebol, que sonha em se tornar o maior jogador do mundo. Em sua jornada, a chuteira da sorte lhe ajuda a aprimorar suas habilidades e superar obstáculos no campeonato do bairro.
“Na primeira edição, em 2014, o VerOuvindo tornou-se pioneiro no Brasil na difusão audiovisual com as acessibilidades gravadas. É um festival que produz, exibe e discute a acessibilidade no cinema, refletindo sobre a técnica e a estética da audiodescrição, da Libras e da legenda para surdos e ensurdecidos – LSE”, ressalta Liliana Tavares, diretora executiva do VerOuvindo e gestora da Com Acessibilidade Comunicacional, empresa que atua na execução de projetos de acessíveis, principalmente, no audiovisual e nas artes visuais. “É um evento que, além de promover o acesso do público com deficiência às salas de cinema, atua também na formação e no reconhecimento dos profissionais da acessibilidade no audiovisual”, complementa.
Gratuito, o Festival tem incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura e Prefeitura do Recife. Premiado, em 2018 foi vencedor do Concurso de Boas Práticas da Sociedade Civil do Mercosul em Acessibilidade no Audiovisual, da Recam.
Homenageados
O Festival prestará uma homenagem ao professor e tradutor de Libras Alessandro Vasconcelos, e à audiodescritora e doutora em Estudos de Linguagem Larissa Costa. A abertura oficial, no dia 29 de novembro, às 19h, contará com as palestras dos homenageados: “Relato de experiência: AD simultânea da Copa do Mundo na TV e AD gravada da novela Todas as flores, para o streaming e para a TV”, por Larissa Costa; “A importância da atuação da pessoa surda na equipe de tradução para Libras no audiovisual”, por Alessandro Vasconcelos.
Jornada VerOuvindo
Em paralelo ao festival, é realizada a Jornada VerOuvindo, com atividades formativas, como: cursos, oficinas, palestras e debates sobre acessibilidade comunicacional, reunindo especialistas, profissionais, estudantes e o público interessado. A programação das apresentações de trabalhos pode ser conferida na página do Festival.